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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)

Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013



Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 
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Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)

A energia solar é a energia mais abundante do planeta. Na atualidade existem quatro tecnologias disponíveis para captar a energia solar (1) Energia solar concentrada - Concentrated Solar Power - CSP, que no Brasil, foi denominada de energia heliotérmica; (2) Energia Fotovoltaica; (3) Energia solar térmica; (4) Energia solar de combustíveis. A energia heliotérmica trata da energia elétrica produzida a partir da concentração da irradiação solar direta. A irradiação solar é determinada pela quantidade de radiação solar incidente por unidade de área, dada em watt hora por metro quadrado (Wh/m²). Guimarães et al. destacam no texto “Caracterização dos sítios potenciais na região do semi-árido brasileiro para implantação de sistema piloto heliotérmico de geração elétrica” (2004), que a energia heliotérmica pode ser obtida por meio de quatro fases: (1) coleta da irradiação solar; (2) conversão da irradiação solar em calor; (3) transporte e armazenamento do calor; (4) conversão final do calor em energia. A captação da irradiação solar é feita por meio de dois principais sistemas: torres centrais e cilindros parabólicos. No Brasil, a região do semiárido é a que apresenta maior potencial de utilização deste sistema, já que dispõe das melhores condições de irradiação solar direta devido à baixa intensidade de nuvens e reduzido volume de precipitação. Em abril de 2013 foi anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o primeiro projeto piloto da América Latina sobre Energia Solar Concentrada (CSP) em Petrolina, Pernambuco, que está sendo realizado em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha (GIZ). Este projeto irá gerar um megawatt de energia. De acordo com o Instituto de Energia SBC (Schlumberger Business Consulting – 2013) as regiões com maior potencial de utilização da energia solar concentrada no mundo são: o Oriente Médio, Norte da África, Austrália, África do Sul; e algumas áreas dos Estados Unidos, Chile, Espanha, Índia e Deserto de Gobi (China) - regiões consideradas áridas ou semiáridas. Os sistemas de energia solar concentrada possuíam uma capacidade instalada de 2,8 Gigawatts ao redor do globo no final de 2012, e as projeções apontam para uma capacidade instalada de 11 GW até 2017. A Espanha é país detentor da maior capacidade instalada do mundo para produção de energia heliotérmica - 1,8 GW. O primeiro projeto implantado com energia heliotérmica foi nos Estados Unidos, entre 1985 e 1991, na região da Califórnia, com uma capacidade de gerar 354 MW de energia elétrica. Alguns estudos têm sido feitos para verificar o potencial de utilização da energia solar concentrada para outros fins, e não somente a energia elétrica. Munir & Hensel (2010) utilizaram refletores parabólicos Scheffler na destilação de plantas aromáticas e medicinais, como Melissa, pimenta e alecrim. Os refletores parabólicos também têm sido utilizados para preparar alimentos, principalmente na Índia e no continente africano (Scheffler, 2013). Por fim se destaca que a energia heliotérmica é uma energia limpa, renovável e pode contribuir com a redução das taxas de gás carbônico na atmosfera. Muitos estudos precisam ser feitos para aumentar a eficiência e a viabilidade econômica destes sistemas, prova disso, é chamada de projetos de pesquisa na área de energia heliotérmica realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, no início de agosto de 2013 e que encerra no dia 16 de setembro de 2013, por meio do Programa iNoPa – Programa Novas Parcerias Integradas.


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