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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e a situação energética no Brasil (CSP)

Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013


Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 
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Pensando gestão rural - e a situação energética no Brasil (CSP)
A energia é um item essencial para a vida humana, assim como a água e o ar. A energia humana e animal foram às energias mais utilizadas no início do desenvolvimento das sociedades. Posteriormente a lenha passou a ser utilizada pelo homem para o aquecimento e preparação dos alimentos. Porém, com o aumento da população e com o desenvolvimento das atividades econômicas, não somente aquelas ligadas a agricultura, outras fontes energéticas começaram a ser utilizadas, como o carvão mineral e os derivados do petróleo - gasolina e o diesel. As primeiras petrolíferas surgiram por volta de 1850.
Um dos itens utilizados para verificar o grau de desenvolvimento de um país é a oferta e o consumo de energia, expressa em toneladas equivalente de petróleo - tep, que representa também o acesso a bens de consumo essenciais e a serviços de infraestrutura pela população. Uma tonelada de petróleo equivale a 10 milhões de quilocalorias (kcal) (Goldemberg & Lucon, 2007).
No Brasil, a oferta interna de energia foi de 1,29 tep por habitante em 2007, oferta energética inferior a média mundial de 1,8 tep por habitante (Vichi & Mansor, 2009), inferior também a oferta de energia primária de 14,6 tep na Islândia e a 9,6 tep em Luxemburgo, mas superior ao continente africano, que apresenta uma oferta de menos de 1 tep no mesmo período (OECD, 2009). Alguns estudos indicam que quando a oferta de energia per capita é inferior a uma tonelada equivalente de petróleo por ano, as taxas de analfabetismo, mortalidade infantil e fertilidade são altas, enquanto a expectativa de vida é baixa.
O cenário energético atual do Brasil, com referência ao ano de 2012 segundo o Balanço Energético Nacional realizado pelo Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (2013), aponta para um consumo de 42,4% de energias renováveis (maior do que a média mundial de 14%), e 57,6% de energias não renováveis. As energias renováveis incluem derivados de cana-de-açúcar - 15,4%, hidráulica e eletricidade - 13,8%, lenha e carvão vegetal - 9,1% e as energias não renováveis incluem o gás natural - 11,5%, carvão mineral e derivados - 5,4%, petróleo e derivados - 39,2% e urânio e derivados - 1,5%.
Os setores que mais consomem energia no Brasil são: indústrias – 35,1%; transporte: 31,3%, residencial: 9,4%, setor energético – 9,0%, agropecuária – 4,1%, serviços, 4,5%. O consumo total de energia em 2012 foi de 283,6 milhões de tep. Para 2030 se espera um consumo variando entre 309 e 474 milhões de tep para uma população projetada de 238 milhões de habitantes (MME, 2007).
O setor energético é responsável pela emissão de aproximadamente 2/3 dos gases que provocam o efeito estufa, já que mais de 80% da energia global consumida é proveniente de combustíveis fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural. Os países que não integram a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OCED, são responsáveis na atualidade por 60% das emissões globais. A china é o segundo país com maior consumo energético global, atrás somente dos Estados Unidos. A China é também o maior emissor mundial de gases que provocam o efeito estufa. Alguns estudos indicam que em maio de 2013, a concentração de gás carbônico na atmosfera foi superior a 400 partes por milhão pela primeira vez em centenas de anos (International Energy Agency, 2013).
É sabido que a concentração excessiva de gás carbônico na atmosfera é um dos principais fatores responsáveis pelas alterações climáticas que podem provocar maior freqüência e intensidade de fenômenos extremos, como tempestades, enchentes, ondas de calor além da elevação do nível do mar e aumento das temperaturas médias.
Para concluir se destaca que temas relacionados a bioenergia, eficiência energética e energias renováveis, podem permanecer com um dos principais temas de estudos para atender de forma sustentável o desenvolvimento dos países.


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