Coluna Jornal das Missões- 08.08.2013
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Pensando gestão rural - e a extensão rural no Brasil
A
extensão rural pode ser entendida como o serviço de educação não formal de
caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção,
beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e
não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e
artesanais (Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural –
ASBRAER, 2012).
A
implantação da extensão rural no Brasil iniciou-se por volta de 1950, com a
Revolução Verde. A Revolução Verde “foi um programa que tinha como objetivo
explícito contribuir para o aumento da produtividade agrícola no mundo, através
do desenvolvimento da genética, multiplicação de sementes adequadas a
diferentes condições e resistentes às doenças, bem como a aplicação de técnicas
agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes” (Argemiro Jacob Brum,
Modernização da agricultura:
trigo e soja, 1988). O programa foi idealizado e patrocinado,
inicialmente pelo Grupo Rockefeller, com sede em Nova Iorque, nos Estados
Unidos. Este grupo era constituído, por especialistas em genética, edafologia,
fitotecnia e um grande número de agrônomos.
Naquele momento, os teóricos julgavam que o
atraso do país era devido ao tipo de agricultura desenvolvida na época, de
forma “arcaica” e atrasada. Desta forma, a introdução de infraestrutura de produção, principalmente
em relação ao uso de sementes certificadas, adubos e equipamentos, e o controle da
articulação dos produtores, por meio da assistência técnica e orientação do crédito rural, era vista como a solução para o
desenvolvimento do país. Por isso, em 1956 foi criada a Associação Brasileira
de Crédito e Assistência Rural –
ABCAR, com o apoio
do governo do Presidente Juscelino Kubitschek. Em 1975, foi
implantado pelo governo do Presidente Ernesto Geisel, o Sistema Brasileiro de
Assistência Técnica e Extensão Rural – Sibrater, coordenado pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e
Extensão Rural – Embrater e executado pelas empresas
estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural nos estados, as Emater.
Em 1990 a Empresa
Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural foi extinta pelo Presidente Fernando
Collor de Mello, este governo desativou ainda a Sibrater e abandonou os
esforços realizados para garantir o Serviço de Extensão e Assistência Técnica
no Brasil. Em 2003, foi criada a Política Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural, que por meio do Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural tinha como objetivo a melhoria da renda e da qualidade de vida
das famílias rurais, a partir do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de
mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável.
Em junho de 2013, o
Governo Federal assinou o projeto de lei que cria a Agência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural - ANATER. As áreas prioritárias desta
agência serão a cadeia produtiva do leite, a produção na região do semiárido
com tecnologias de convivência com a seca, a agricultura orgânica e de baixo
carbono e no acesso às tecnologias avançadas, como agricultura de precisão,
automação e cultivo protegido.
É
preciso destacar que durante a Revolução Verde, o objetivo da extensão rural
era o de formar novos e bons agricultores, capazes de adotar as novas técnicas,
principalmente os médios e grandes produtores. A função do extensionista era a
de difusão de tecnologias, o que contribuiu para o agravamento dos danos
ambientais e sociais, com uma grande porção de agricultores marginalizados do
processo, a industrialização da agricultura, a dependência de insumos externos
e o êxodo rural.
Já
na atualidade a extensão rural pública realizada por meio das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural
– EMATERs, tem entre os seus principais
objetivos a assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares
para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades do
campo. A extensão rural deveria ainda buscar a valorização de tecnologias de
menor custo e o uso de recursos energéticos locais, ser baseada em conhecimento
e tecnologias apropriadas e com foco na sustentabilidade dos sistemas
produtivos e nos princípios da Agroecologia (Caporal & Costabeber, “Por uma
nova extensão rural: fugindo da obsolência”, 2004). Por fim, o serviço de
extensão rural para os médios e grandes produtores fica nos dias de hoje a
cargo de cooperativas, associações rurais e empresas privadas de assistência
técnica.
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