Este blog foi criado com a intenção reproduzir algumas das características dos AVAs e dar continuidade aos conhecimentos introduzidos em sala de aula.Busca-se contemplar a divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos e de todos que se identifiquem com esta proposta tornando este espaço um veículo de produção dos saberes. Espero que apreciem .
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
sábado, 28 de setembro de 2013
Pensando gestão rural - e o continuum rural-urbano por Carolina Bilibio
Coluna Jornal das Missões- 26.09.2013
Carolina Bilibio é doutora em
Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na
Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí.
Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
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Pensando
gestão rural - e o continuum rural-urbano
O
espaço urbano - cidade e o rural – fazenda, foram historicamente definidos,
como sendo locais opostos da sociedade ou mundos diferentes, por meio de uma
visão dualista. Na atualidade se discute o continuum rural-urbano,
ou seja, se aceita uma interligação entre o rural e o urbano que
aproxima e integra os dois polos sem destruir as particularidades (Jacinto et
al. 2012).
Alguns autores definiram a relação
entre rural e urbano como rurbano (Graziano da Silva, 2002), enfatizando
principalmente o desenvolvimento de atividades não agrícolas ou urbanas no meio
rural como serviços, indústrias e lazer. Outros pesquisadores destacam que
fatores relacionados à modernização, técnica, ciência,
informação, busca por
produtividade e à incorporação hábitos de consumo urbanos no meio rural
contribuíram igualmente aproximar o campo da cidade.
Porém,
os efeitos do continuum rural-urbano podem ser visualizados não somente no meio
rural como também nos centros urbanos. Prova disso são as atividades agrícolas
desenvolvidas na região periurbana e urbana das cidades. A região periurbana é
a zona de transição entre cidade e campo, onde se mesclam atividades rurais e
urbanas (Pereira, 2012).
Nas
cidades do leste africano – África oriental, que inclui países como Quênia,
Tanzânia, Moçambique, Uganda e Etiópia, pelo menos um terço da população urbana
está envolvida em atividades agrícolas, e em algumas cidades da África
Ocidental, este percentual sobe para 50% (Smith & Prain, 2006).
Na
China, 75% dos vegetais fornecidos a cidade de Shanghai, segunda maior cidade
do país, são produzidos dentro de um raio de 10 quilômetros dos pontos de
venda, e em Beijing (capital da China), 85% dos vegetais e 79% das frutas são
provenientes destas proximidades. Já em Lima (Peru), entre 15 e 20% das
famílias urbanas estão envolvidas na agricultura urbana ou periurbana.
No Brasil,
a cidade de Belo Horizonte recebe destaque por participar do Programa Global
Cidades Cultivando Para o Futuro – CCF, que é coordenado pela Fundação RUAF –
Rede Internacional de Centros de Recursos em Agricultura Urbana e Segurança
Alimentar, com sede na Holanda.
Em Belo
Horizonte, a agricultura urbana é realizada por meio da produção agropecuária –
cultivo de hortaliças, temperos, raízes e tubérculos; manejo de áreas remanescentes de vegetação - manejo de plantas
nativas com propriedades medicinais; produção de insumos - composto orgânico,
sementes e mudas; beneficiamento - preparação de remédios e alimentos;
comercialização dos produtos – venda dos produtos agrícolas.
As
vantagens da agricultura urbana e periurbana, desenvolvida nas proximidades das
aglomerações humanas, estão relacionadas com o fornecimento de alimentos e
vegetais frescos, formação de renda, criação de trabalho, promoção da segurança
alimentar e sustentabilidade ambiental. Já as desvantagens estão associadas aos
riscos de contaminações por bactérias, poluição do ar que afeta as culturas e a
transmissão de doenças de animais para os seres humanos.
O
esforço em desenvolver a agricultura urbana e periurbana parece ser também uma
resposta da sociedade aos escândalos recentes envolvendo a produção de
alimentos, no Brasil – o caso da adição de ureia no leite; na Europa, - a
adição de carne de cavalo em lasanhas etc. Se antes, o incentivo era o da
circulação global de alimentos, agora parece ser o da produção local, pois
afinal, todos querem saber o que estão consumindo.
O
continuum rural-urbano foi discutido como tema central do Tropentag 2013,
conferência internacional que aconteceu entre os dias 17 e 19 de setembro, na
cidade de Stuttgart,
Alemanha - Universidade de Hohenheim. Na oportunidade vários especialistas
abordaram o tema, com destaque para o projeto “carrotcity” (www.carrotcity.org), com sede em Toronto (Canadá), que descreve exemplos e
casos de como projetar em todas as escalas a produção de alimentos nas cidades,
casas, telhados, comunidades etc.
Para finalizar, fica a reflexão com a frase: "Urban agriculture is only a
complementary to the rural agriculture, however it is necessary for food and
agriculture literacy"
(Dr. Joe Nasr, Tropentag 2013) – “Agricultura urbana é somente um complemento à
agricultura rural, no entanto é necessária para produção de alimentos e
alfabetização agrícola”.
domingo, 15 de setembro de 2013
Pensando na gestão rural-e a gestão e transformação de conflitos
Coluna Jornal das Missões- 19.09.2013
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Pensando
gestão rural - e a gestão e transformação de conflitos
As
pessoas são diferentes e conseqüentemente possuem objetivos e interesses
distintos. Estas diferenças de objetivos e interesses podem promover conflitos,
processo oposto ao da cooperação e colaboração. Conflito pode ser entendido
como a perseguição de objetivos incompatíveis por diferentes grupos (Miall et
al. 2011) ou como a confrontação entre duas ou mais partes (University for
Peace, 2005). O conflito existe quando acontece uma interferência passiva ou
ativa de um grupo ou um indivíduo no sentido de bloquear a tentativa da outra
parte de alcançar os seus próprios objetivos (Unama, 2013). Os conflitos podem
ser classificados em conflitos internos - intrapessoal, e conflitos externos -
interpessoal, intragrupal, intergrupal, intraorganizacional ou
interorganizacional.
Os
conflitos possuem diferentes níveis de intensidade, ou seja, ao contrário do
que se imagina os conflitos não vão ficando cada vez maiores, e sim mais
profundos e internalizados. Glasl (1999) identificou 9 níveis de intensidade
nos conflitos. O primeiro nível é caracterizado pela expressão de diferentes
pontos de vista. O segundo nível é caracterizado por debates e polarização dos grupos.
No terceiro estágio iniciam-se as ações em favor das posições, ocorrem
confrontos verbais e há uma redução drástica do entendimento do outro lado. Já
no quarto estágio é visualizada a formação de coalizões e assume-se a seguinte
posição: “quem não está com o nosso grupo, está contra nós”. No quinto estágio
ocorre o desmascaramento, neste estágio todos os aspectos positivos do oponente
são ignorados e o conflito se torna público. No sexto estágio inicia os sinais
de ameaças, um lado demonstrando que está determinado a ir tão longe quanto
necessário com o conflito. No sétimo estágio iniciam os ataques e as ameaças se
tornam ações, a destruição é material, em uma organização, podem ser roubados
arquivos etc. No oitavo estágio se tenta eliminar o inimigo, a violência é
pessoal, o objetivo é sair vivo do conflito e destruir o oponente, exemplo
disso, pode ser o envio de emails anônimos. O nono e último estágio é
denominado “juntos para o abismo”, é quando a própria destruição é considerada
um sucesso desde que o lado oponente seja também destruído.
Para
ilustrar a intensificação dos conflitos, o autor (Glasl, 1999) apresenta dois
casos reais, o primeiro de uma indústria e o segundo de uma escola. Na
indústria, um grupo de colaboradores se negou a adotar as inovações sugeridas
pelo diretor da empresa, após escalarem todos os níveis de intensidade de
conflitos, o representante do grupo perdeu o trabalho, a casa e ainda precisou
enfrentar um processo judicial. Já a escola, com a credibilidade totalmente
comprometida pelos conflitos públicos entre dois grupos de professores, foi
fechada.
É
importante destacar que um conflito não precisa chegar ao extremo do nono
estágio, a cada etapa é possível “acordar” e parar com qualquer atitude que
contribua com a intensificação do conflito. Os relacionamentos são constituídos
de tensões e de conexões que podem estar relacionadas à cultura, hábitos,
atitudes e valores. O importante é encontrar um ponto em comum que pode ser um
objetivo, um projeto ou uma necessidade - não uma posição, e respeitar as
demais diferenças, pois afinal, não existem vencedores em conflitos.
Por fim
se destaca que a Universidade de Hümboldt, por meio do SLE Training -
Treinamento para especialistas internacionais promoveu o curso “Conflict
management and conflict transformation” (administração e transformação de
conflitos) com duração de 15 dias, na cidade de Berlin, Alemanha. O curso
contou ainda com a presença de 23 profissionais provenientes de 17 países.
sábado, 14 de setembro de 2013
MINISTRO JOAQUIM BARBOSA SOBRE A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
![](https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/1234521_10200525192067491_510344424_n.jpg)
Somos o único caso de democracia no mundo em que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram. Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados.Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados, após condenados, assumem cargos e afrontam o judiciário.Somos o único caso de democracia no mundo em que é possível que, condenados, façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos.Ministro Joaquim Barbosa
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Pensando gestão rural – e o estudo e a vida de brasileiros no exterior
Coluna Jornal O Alto Uruguai- 05.09.2013
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Pensando gestão rural – e o estudo e a
vida de brasileiros no exterior
Viver
ou estudar no exterior é o sonho de muitas pessoas. O conhecimento de um novo
país, de uma nova cultura e de uma nova língua, pode proporcionar um
crescimento pessoal, além de profissional, muito grande. Prova disso, é o
estudo coordenado por Letícia Bicalho Canedo, da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e financiado pela FAPESP, que verificou
que grande parte dos dirigentes brasileiros passaram por uma especialização
internacional.
A
educação no exterior não é novidade no Brasil, já que existe desde o período
colonial – a partir de 1530, principalmente a nível universitário. Porém na
atualidade este fenômeno é verificado com maior frequência, se estendem a novos
grupos sociais e, além disso, se dão ao longo de todos os níveis de
escolarização (Aguiar, A. Estratégias educativas de internacionalização: uma
revisão da literatura sociológica, 2009).
Muitos
benefícios podem ser citados a partir de diferentes autores, sobre os
benefícios de um estudo no exterior, como maior cultura política,
desenvolvimento de uma cultura cosmopolita – “cidadão do mundo”, acumulação de
competências lingüísticas, constituição de uma rede de sociabilidade nos
diferentes países e constituição de uma rede de sociabilidade nos diferentes
países.
Os
pais avaliam a experiência acadêmica internacional dos filhos de diferentes
formas, podendo ter um caráter mais utilitarista, ou seja, o estudo no exterior
pode aumentar as chances escolares e profissionais futuras; ou ter uma perspectiva
identitária, ou seja, uma formação mais ampla de valores, da personalidade e da
autonomia pessoal (Prado, C. L. “Intercâmbios culturais” como práticas educativas
em famílias das camadas médias, 2002).
Vale
ressaltar que o estudo no exterior é incentivado também por países
desenvolvidos, prova disso, é a Declaração de Bolonha assinada inicialmente por
30 países europeus e que lançou o Processo Bolonha que visa introduzir um
sistema de graus académicos facilmente reconhecíveis e comparáveis, promover a
mobilidade dos estudantes, dos professores e dos investigadores, assegurar a
elevada qualidade da docência e incorporar a dimensão europeia no ensino
superior. Na atualidade 47 países integram o processo Bologna na europa (União
Europeia, Processo de Bolonha: estabelecimento do Espaço Europeu do Ensino
Superior).
No
Brasil, o programa oficial que incentiva experiências acadêmicas internacionais
é o Programa Ciências sem Fronteiras. Este programa criado em 26 de julho de
2011 busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio
e da mobilidade internacional. O projeto prevê a utilização de até 101 mil
bolsas em quatro anos, distribuídas em Doutorado Sanduíche – 15.000 bolsas;
Doutorado Pleno – 4.500 bolsas; Pós-doutorado – 6.440 bolsas; Graduação
Sanduíche – 64.000 bolsas; Desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior –
7.060 bolsas; Atração de jovens talentos no Brasil – 2000 bolsas; Pesquisador visitante
especial no Brasil – 2.000 bolsas.
Se por um
lado a educação realizada, ou pelo menos parte dela, no exterior, pode
contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional e por isso é
incentivada, por outro lado a imigração irregular para o exterior preocupa o Governo
Federal. Um estudo recente revelou que em 2007 havia 3.044.762 brasileiros e
que 55% destes estão em situação irregular. Os países que concentram
brasileiros com maior situação de irregularidade são os Estados Unidos e a
Inglaterra (Marinucci, R. brasileiros e brasileiras no exterior, 2008). É
sabido que imigrantes irregulares não têm apoio jurídico ou médico, e por isso,
esta situação é desencorajada.
Para
finalizar, fica o convite aos jovens e profissionais que desejam aprimorar os
conhecimentos científicos e técnicos, para que aproveitem as oportunidades
internacionais oferecidas pelo país na atualidade.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Pensando gestão rural - e o conceito de “FoodOmics”
Coluna Jornal das Missões- 29.08.2013
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Pensando gestão rural - e o conceito
de “FoodOmics”
A
nutrição humana foi entendida até recentemente como o atendimento de uma
necessidade mínima de nutrientes para suprir a demanda diária nutricional do
organismo. Porém, na atualidade se discute de forma científica a função destes
nutrientes na manutenção da saúde e na redução dos riscos de doenças (Capozzi,
F. & Bordoni, A., Foodomics: a new comprehensive approach to food and
nutrition, 2013).
Os autores Arola-Arnal et al. (How does foodomics
impact optimal nutrition?, 2013), descrevem que existem cinco padrões
nutricionais que ocorreram ao longo da história. O primeiro deles, conhecido
como paleolítico, é caracterizado por uma dieta saudável mas que é neutralizada
por doenças infecciosas – aquelas doenças transmissíveis que são causadas por
agentes biológicos, como vírus, bactérias ou parasitas, que resultam em uma
expectativa de vida de curta duração.
O segundo padrão nutricional, que inicia
aproximadamente 8000 anos antes de Cristo, é caracterizado pelo aumento
populacional, início da modernização da agricultura, poucos avanços na
prevenção de doenças ou tratamentos resultando em uma piora no status
nutricional e em uma baixa expectativa de vida. No terceiro padrão nutricional
que se estende até 1000 anos depois de Cristo, ocorre uma elevação da renda, a
oferta limitada de alimentos é apenas transitória e a sociedade ainda é
sensível a eventos naturais, resultando em uma condição nutricional instável.
O quarto padrão nutricional, que ocorre a partir de
1750, está presente nas sociedades atuais desenvolvidas ou em desenvolvimento e
abrange um aumento da renda e a adoção de conceitos como globalização,
urbanização e marketing. Apesar de um aparente progresso, têm sido observadas
alimentações excessivas e dietas não saudáveis que provocam doenças
anteriormente não conhecidas, estes fatores resultaram no aumento da
expectativa de vida, porém na baixa qualidade de vida. Já o quinto padrão
nutricional, envolve uma mudança no comportamento que neutraliza as
características negativas do padrão anterior. O processo de envelhecimento é
mais bem entendido e os problemas derivados da falta de atividades físicas e
dietas não saudáveis são superados.
É importante destacar que por mais que estes cinco
padrões nutricionais descrevam a história dos padrões nutricionais de uma
sociedade, a maioria destes padrões alimentares coexiste no mundo de hoje. Os
padrões 2 e 3 podem estar presentes em países menos desenvolvidos enquanto os
padrões 4 e 5 existem nas sociedades em desenvolvimento e desenvolvidas. O
quinto padrão alimentar é considerado, segundo os autores, como o mais
desejado, porém, melhoria da qualidade de vida, prevenção de doenças e
envelhecimento com saúde, por meio de uma nutrição adequada, são ainda
objetivos a serem atingidos.
Para contribuir com este desafio, foi desenvolvido o
conceito de FoodOmics, que nada mais é do que o estudo e a análise de forma
exaustiva dos efeitos de estímulos externos (os alimentos), no genoma – que se refere ao DNA, ácido desoxirribonucléico, de
uma célula; no proteoma - que se refere as proteínas de uma célula; no metaboloma
- que se refere aos metabólitos de uma célula; e no transcriptoma - que se
refere ao RNA, ácido ribonucléico, de uma célula, por meio da bioinformática para
entender a vida de forma holística, como um sistema (Cifuentes, A. FoodOmics:
principles and applications, 2013).
As aplicações das tecnologias relacionadas à FoodOmics (genomics, proteomics,
metabolomics, transcriptomics)
estão
relacionadas com identificação dos efeitos de contaminantes alimentares no DNA
e em outros componentes celulares, é possível ainda, estudar as relações entre
ingestão de determinados alimentos e a prevenção de doenças. Nos vegetais, as
tecnologias relacionadas à FoodOmics podem contribuir para a investigação dos
efeitos de determinadas tecnologias, como as alterações genéticas, em outros
componentes celulares dos vegetais e animais (Davies, H. A role for ‘‘omics”
technologies in food safety assessment, 2010).
O conceito de FoodOmics foi definido e publicado em revistas cientificas
no ano de 2009, quando também aconteceu a primeira conferência sobre FoodOmics
em Cesena, Itália. Para finalizar se questiona: como está a sua alimentação? Em
quais dos estágios dos padrões alimentares você se encontra?
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Pensando gestão rural - e a situação energética no Brasil (CSP)
Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013
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Pensando gestão rural - e a situação
energética no Brasil (CSP)
A energia é um item
essencial para a vida humana, assim como a água e o ar. A energia humana e
animal foram às energias mais utilizadas no início do desenvolvimento das
sociedades. Posteriormente a lenha passou a ser utilizada pelo homem para o aquecimento
e preparação dos alimentos. Porém, com o aumento da população e com o
desenvolvimento das atividades econômicas, não somente aquelas ligadas
a agricultura, outras fontes energéticas começaram a ser utilizadas, como o
carvão mineral e os derivados do petróleo - gasolina e o diesel. As primeiras
petrolíferas surgiram por volta de 1850.
Um
dos itens utilizados para verificar o grau de desenvolvimento de um país é a
oferta e o consumo de energia, expressa em toneladas equivalente de petróleo -
tep, que representa também o acesso a bens de consumo essenciais e a serviços
de infraestrutura pela população. Uma tonelada de petróleo equivale a 10
milhões de quilocalorias (kcal) (Goldemberg & Lucon, 2007).
No
Brasil, a oferta interna de energia foi de 1,29 tep por habitante em 2007,
oferta energética inferior a média mundial de
1,8 tep por habitante (Vichi &
Mansor, 2009), inferior também a oferta
de energia primária de 14,6 tep na Islândia e a 9,6 tep em Luxemburgo, mas
superior ao continente africano, que apresenta uma oferta de menos de 1 tep no
mesmo período (OECD, 2009). Alguns estudos indicam que quando a oferta de
energia per capita é inferior a uma tonelada equivalente de petróleo por ano,
as taxas de analfabetismo, mortalidade infantil e fertilidade são altas,
enquanto a expectativa de vida é baixa.
O cenário energético atual do Brasil, com referência ao ano
de 2012 segundo o Balanço Energético Nacional realizado pelo Ministério de
Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (2013), aponta para um
consumo de 42,4% de energias renováveis (maior do que a média mundial de 14%),
e 57,6% de energias não renováveis. As energias renováveis incluem derivados de
cana-de-açúcar - 15,4%, hidráulica e eletricidade - 13,8%, lenha e carvão
vegetal - 9,1% e as energias não renováveis incluem o gás natural - 11,5%,
carvão mineral e derivados - 5,4%, petróleo e derivados - 39,2% e urânio e
derivados - 1,5%.
Os setores que mais consomem energia no Brasil são:
indústrias – 35,1%; transporte: 31,3%, residencial: 9,4%, setor energético –
9,0%, agropecuária – 4,1%, serviços, 4,5%. O consumo total de energia em 2012
foi de 283,6 milhões de tep. Para 2030 se espera um consumo variando entre 309
e 474 milhões de tep para uma população projetada de 238 milhões de habitantes
(MME, 2007).
O setor energético é responsável pela emissão de aproximadamente
2/3 dos gases que provocam o efeito estufa, já que mais de 80% da energia global
consumida é proveniente de combustíveis fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural. Os países que não integram a
Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OCED, são responsáveis na atualidade por 60% das emissões globais.
A china é o segundo país com maior consumo energético global, atrás somente dos
Estados Unidos. A China é também o maior emissor mundial de gases que provocam
o efeito estufa. Alguns estudos indicam que em maio de 2013, a concentração de
gás carbônico na atmosfera foi superior a 400 partes por milhão pela primeira
vez em centenas de anos (International Energy Agency, 2013).
É sabido que a concentração excessiva de gás carbônico na
atmosfera é um dos principais fatores responsáveis pelas alterações climáticas
que podem provocar maior freqüência e intensidade de fenômenos extremos, como
tempestades, enchentes, ondas de calor além da elevação do nível do mar e
aumento das temperaturas médias.
Para concluir se destaca que temas relacionados a
bioenergia, eficiência energética
e energias renováveis, podem permanecer com um dos principais temas de estudos
para atender de forma sustentável o desenvolvimento dos países.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)
Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013
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Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)
A energia solar é a energia mais abundante do planeta. Na atualidade existem quatro
tecnologias disponíveis para captar a energia solar (1) Energia solar
concentrada - Concentrated Solar Power - CSP, que no Brasil, foi denominada de
energia heliotérmica; (2) Energia Fotovoltaica; (3) Energia solar térmica; (4)
Energia solar de combustíveis. A energia heliotérmica trata da energia elétrica
produzida a partir da concentração da irradiação solar direta. A irradiação
solar é determinada pela quantidade de radiação solar incidente
por unidade de área, dada em watt hora por metro quadrado (Wh/m²). Guimarães et al. destacam no texto “Caracterização dos sítios potenciais
na região do semi-árido brasileiro para implantação de sistema piloto
heliotérmico de geração elétrica” (2004), que a energia heliotérmica pode ser
obtida por meio de quatro fases: (1) coleta da irradiação solar; (2) conversão
da irradiação solar em calor; (3) transporte e armazenamento do calor; (4)
conversão final do calor em energia. A captação da irradiação solar é feita por
meio de dois principais sistemas: torres centrais e cilindros parabólicos. No
Brasil, a região do semiárido é a que apresenta maior potencial de utilização
deste sistema, já que dispõe das melhores condições de irradiação solar direta
devido à baixa intensidade de nuvens e reduzido volume de precipitação. Em abril
de 2013 foi anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o
primeiro projeto piloto da América Latina sobre Energia Solar Concentrada (CSP)
em Petrolina, Pernambuco, que está sendo realizado em parceria com a Agência de
Cooperação Internacional do Governo da Alemanha (GIZ). Este projeto irá gerar um
megawatt de energia. De acordo com o Instituto de Energia SBC (Schlumberger
Business Consulting – 2013) as regiões com maior potencial de utilização da
energia solar concentrada no mundo são: o Oriente Médio, Norte da África,
Austrália, África do Sul; e algumas áreas dos Estados Unidos, Chile, Espanha,
Índia e Deserto de Gobi (China) - regiões consideradas áridas ou semiáridas. Os
sistemas de energia solar concentrada possuíam uma capacidade instalada de 2,8 Gigawatts
ao redor do globo no final de 2012, e as projeções apontam para uma capacidade
instalada de 11 GW até 2017. A Espanha é país detentor da maior capacidade
instalada do mundo para produção de energia heliotérmica - 1,8 GW. O primeiro
projeto implantado com energia heliotérmica foi nos Estados Unidos, entre 1985
e 1991, na região da Califórnia, com uma capacidade de gerar 354
MW de energia elétrica. Alguns estudos têm sido feitos para verificar o
potencial de utilização da energia solar concentrada para outros fins, e não somente
a energia elétrica. Munir & Hensel (2010) utilizaram refletores parabólicos
Scheffler na destilação de plantas aromáticas e medicinais, como Melissa,
pimenta e alecrim. Os refletores parabólicos também têm sido utilizados para
preparar alimentos, principalmente na Índia e no continente africano (Scheffler,
2013). Por fim se destaca que a energia heliotérmica é uma energia
limpa, renovável e pode contribuir com a redução das taxas de gás carbônico na
atmosfera. Muitos estudos precisam ser feitos para aumentar a eficiência e a
viabilidade econômica destes sistemas, prova disso, é chamada de projetos de
pesquisa na área de energia heliotérmica realizada pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, no início de
agosto de 2013 e que encerra no dia 16 de setembro de 2013, por meio do
Programa iNoPa – Programa Novas Parcerias Integradas.
sábado, 10 de agosto de 2013
Dia dos Pais - Ao meu pai José Carlos( Barroso)
Oi,
PAI! Tô com tantas saudades de você que nem cabe no meu corpo...
são saudades boas, do tempo em que íamos ao Madeira, lembra¿ Você a pé e eu na bicicleta comprada de
segunda mão e pintada pelo senhor na cor azul. Ficou tão bonita! Eu adorava aquela
bicicleta e mais que tudo, as nossas idas ao ‘Madeira’.
Lembro-me
das vezes em que ia ao encontro do senhor, na saída da extinta RFFSA e havia
uma banca de frutas, bem abaixo da paineira e, sempre que tinha e o senhor
podia comprar, levávamos carambolas, aliás, o senhor é o Pai da natureza, das
frutas, dos passarinhos, galinhas, bichinhos... o verde ficou menos verde sem o
senhor...
Durante
a semana, pelas manhãs, eu ia para a escola e voltava para o almoço com todos
na casa, mas à tarde, era o período do dia mais aflitivo para mim, pois eu
pensava no senhor andando em meio aos vagões e trilhos e sentia muito peso no
meu coração. Eu tinha muito medo que sofresse um acidente lá, mas quando davam
horas da tua volta, eu ia correndo esperar lá for e sentia
um alívio enorme quando via meu pai gordinho e amado, sorrindo para mim. Era um
tempo tão feliz, apesar de tantas dificuldades, PAI!
Lembra
da vez que o senhor me esperou feliz da vida, na porta de casa e disse-me: Líbia,
seu telefone saiu, veja que bom! ’”Você vai dar uma entrada e parcelar o
restante’.” Eu disse que tinha medo de não conseguir pagar, mas o senhor não me
deixou desistir, aconteceu o mesmo com a faculdade num tempo em que manter-se
na faculdade era um privilégio de poucos, mas o senhor queria que eu
estudasse mais e dizia que isso (os estudos) ninguém
tiraria de mim.
Houve
um dia, não sei se o senhor se lembra, mas eu deveria ter uns 4 anos e brincava
sobre a tua barriga e resolvi escutar
teu coração batendo, mas não consegui e , lembro-me como se fosse hoje que
comecei a chorar pensando que o senhor ia morrer...mas o inevitável aconteceu 30
anos depois desse dia e hoje estou aqui para conversar um pouquinho sobre o
amor que sinto pelo senhor que foi exemplo de pai, marido , homem honrado...dizer
que TE AMO!! e que está sempre comigo,
de verdade, está sempre bem perto de mim.
A
Gabi está linda, pai! Sinto tua colaboração em cada momento difícil superado,
em cada conquista, em cada reencontro com a mãe, meus irmãos, minha irmã, a tia
Tereza e o tio Jorge (seus irmãos que estão aqui).
Amanhã é
o dia dedicado oficialmente aos Pais, mas para mim esse dia é todos os dias,
porque você vive dentro de mim e é refletido por cada pessoa
da família.
Agradeço
por tudo que fez por nós (família) e a Deus pela oportunidade
de me tornar tua filha e ser da família que sou. TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!Você
é muito importante para nós, PAI!!
Um
beijo enorme... se puder aparece em sonho para dar aquele abraço ...fica com
Deus e Feliz dia dos Pais, meu amor!!
Líbia
Aparecida Carlos
domingo, 4 de agosto de 2013
Pensando gestão rural - e a extensão rural no Brasil
Coluna Jornal das Missões- 08.08.2013
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Pensando gestão rural - e a extensão rural no Brasil
A
extensão rural pode ser entendida como o serviço de educação não formal de
caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção,
beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e
não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e
artesanais (Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural –
ASBRAER, 2012).
A
implantação da extensão rural no Brasil iniciou-se por volta de 1950, com a
Revolução Verde. A Revolução Verde “foi um programa que tinha como objetivo
explícito contribuir para o aumento da produtividade agrícola no mundo, através
do desenvolvimento da genética, multiplicação de sementes adequadas a
diferentes condições e resistentes às doenças, bem como a aplicação de técnicas
agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes” (Argemiro Jacob Brum,
Modernização da agricultura:
trigo e soja, 1988). O programa foi idealizado e patrocinado,
inicialmente pelo Grupo Rockefeller, com sede em Nova Iorque, nos Estados
Unidos. Este grupo era constituído, por especialistas em genética, edafologia,
fitotecnia e um grande número de agrônomos.
Naquele momento, os teóricos julgavam que o
atraso do país era devido ao tipo de agricultura desenvolvida na época, de
forma “arcaica” e atrasada. Desta forma, a introdução de infraestrutura de produção, principalmente
em relação ao uso de sementes certificadas, adubos e equipamentos, e o controle da
articulação dos produtores, por meio da assistência técnica e orientação do crédito rural, era vista como a solução para o
desenvolvimento do país. Por isso, em 1956 foi criada a Associação Brasileira
de Crédito e Assistência Rural –
ABCAR, com o apoio
do governo do Presidente Juscelino Kubitschek. Em 1975, foi
implantado pelo governo do Presidente Ernesto Geisel, o Sistema Brasileiro de
Assistência Técnica e Extensão Rural – Sibrater, coordenado pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e
Extensão Rural – Embrater e executado pelas empresas
estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural nos estados, as Emater.
Em 1990 a Empresa
Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural foi extinta pelo Presidente Fernando
Collor de Mello, este governo desativou ainda a Sibrater e abandonou os
esforços realizados para garantir o Serviço de Extensão e Assistência Técnica
no Brasil. Em 2003, foi criada a Política Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural, que por meio do Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural tinha como objetivo a melhoria da renda e da qualidade de vida
das famílias rurais, a partir do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de
mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável.
Em junho de 2013, o
Governo Federal assinou o projeto de lei que cria a Agência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural - ANATER. As áreas prioritárias desta
agência serão a cadeia produtiva do leite, a produção na região do semiárido
com tecnologias de convivência com a seca, a agricultura orgânica e de baixo
carbono e no acesso às tecnologias avançadas, como agricultura de precisão,
automação e cultivo protegido.
É
preciso destacar que durante a Revolução Verde, o objetivo da extensão rural
era o de formar novos e bons agricultores, capazes de adotar as novas técnicas,
principalmente os médios e grandes produtores. A função do extensionista era a
de difusão de tecnologias, o que contribuiu para o agravamento dos danos
ambientais e sociais, com uma grande porção de agricultores marginalizados do
processo, a industrialização da agricultura, a dependência de insumos externos
e o êxodo rural.
Já
na atualidade a extensão rural pública realizada por meio das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural
– EMATERs, tem entre os seus principais
objetivos a assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares
para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades do
campo. A extensão rural deveria ainda buscar a valorização de tecnologias de
menor custo e o uso de recursos energéticos locais, ser baseada em conhecimento
e tecnologias apropriadas e com foco na sustentabilidade dos sistemas
produtivos e nos princípios da Agroecologia (Caporal & Costabeber, “Por uma
nova extensão rural: fugindo da obsolência”, 2004). Por fim, o serviço de
extensão rural para os médios e grandes produtores fica nos dias de hoje a
cargo de cooperativas, associações rurais e empresas privadas de assistência
técnica.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Pensando gestão rural - e os desafios e as vantagens dos trópicos
Coluna Jornal o Celeiro -
28.09.2012
Pensando
gestão rural - e os desafios e as vantagens dos trópicos
Entre
os dias 11 e 18 de setembro de 2012 aconteceu na Universidade de Giessen,
Alemanha, o curso de verão: desafios e as vantagens dos trópicos. Os 25
participantes de três continentes, Africa, Asia e América latina, foram
convidados pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico para participar do
curso e posteriormente atender o Tropentag, dia dos (Sub) Trópicos, na
Universidade de Göttingen, Alemanha, entre os dias 18 e 21 de setembro. Os
temas discutidos incluiram: Agricultura e segurança alimentar; Gestão da água;
Energia renovável para o desenvolvimento e segurança; Conservação da
biodiversidade; Gestão geral de recursos.
Os
principais desafios discutidos relacionados aos temas foram: (1) necessidade de intervenções tecnológicas e formulação de
programas de desenvolvimento que visem produtividades mais elevadas das
principais culturas agrícolas, já que a atividade econômica predominante da região
dos trópicos é agricultura e o desenvolvimento atual desta atividade não está
sendo suficiente para garantir o abastecimento de alimentos na região; (2) necessidade
de desenvolver mecanismos para aumentar a quantidade e qualidade da água na
região dos trópicos; utilização de água residual; tratamento de água;
mecanismos de cobrança de água; (3) conscientização da importância da utilização
da energia renovável e a necessidade de cooperação regional para aumentar a
capacidade de investimento no setor, mitigando desta forma, os altos custos dos
investimentos iniciais; (4) manutenção das práticas tradicionais sustentáveis
das comunidades locais que atendam também as demandas econômicas; (5) formulação
de políticas públicas participativas; troca de experiências entre países que
possuem boas práticas de gestão dos recursos naturais; cumprimentos de leis;
gestão do uso e disponibilidade da terra; (6) necessidade de pesquisa sobre os
principais impulsionadores e também barreiras para a integração regional como estratégia
para a competitividade global; cuidado com aplicações de pronunciamentos
globais a nível regional e local, para evitar abordagens de uma solução única.
Os
temas foram discutidos por meio de apresentações realizadas pelos pesquisadores-participantes,
entre as quais destacou-se a intervenção do Ministro da Agricultura da Índia, o
qual descreveu que a Índia tem sua economia baseada na agricultura, que consome
56% da força de trabalho e contribui com mais de 16% do Produto Interno Bruto.
As principais culturas cultivadas são: trigo, arroz, milheto, oleagionas/leguminosas,
frutas e vegetais. Os desafios da agricultura na Índia são: baixa mecanização; domínio
de pequenas propriedades, mais de 80% dos agricultores tem menos de 1 (um)
hectare; baixa produtividade de grãos; elevada exploração de águas
subterrâneas; baixo valor agregado dos produtos; baixa fertilidade dos solos;
incerteza nos preços agrícolas. Consequentemente, as medidas dos programas
governamentais para desenvolver o setor incluem demonstrações de técnicas de
conservação do solo e da água, demonstrações de técnicas que visem o aumento de
produtividade, disponibilidade de crédito para aumento da mecanização, promoção
da micro irrigação.
Outra
intervenção com contribuições importantes foi realizada pelo Diretor Geral do
Instituto da Conservação da Biodiversidade da Etiópia, o qual destacou o papel
da agrobiodiversidade (ou biodiversidade agrícola) para a segurança alimentar e
adaptação às alterações climáticas, enfatizando que a agrobiodiversidade
promove a manutenção da fertilidade do solo, controle de doenças e pragas,
manutenção do ciclo hidrológico, controle da erosão, sequestro do carbono.
Por
fim, destaca-se que o curso teve como objetivo final, a formação de networks
para o desenvolvimento de futuros projetos de pesquisa entre os países
/instituições participantes.
Fotos retiradas por líbia Aparecida Carlos
Países dos participantes do curso
na Universiade de Giessen Participantes do curso na Universidade de
Giessen
Carolina Bilibio, é doutora em
Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras/UniKassel. E-mail para
contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Pensando gestão rural - e o preço das terras no Brasil
Coluna Jornal das Missões- 01.08.2013
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![IMG_2211](file:///C:/Users/Libia/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image002.jpg)
Pensando gestão rural - e o preço das terras no Brasil
Há
quem diga que o preço das terras se desvalorizará, mas será mesmo? É sabido que
o mundo possui 13 bilhões de hectares de solo, destes, 4,4 bilhões possuem
potencial de utilização como terras agrícolas, dois quais são cultivados
atualmente 1,5 bilhões - aproximadamente 12% dos solos disponíveis no globo
(FAO, 2011). Cerca de 90% da área restante com potencial de utilização agrícola
no mundo situa-se na América Latina e na África Subsaariana, e mais de 50% em
sete (7) países: Brasil, República Democrática do Congo, Sudão, Angola,
Argentina, Colômbia e Bolívia (FAO Statistical Yearbook, 2012).
Nos
últimos 50 anos, a área global cultivada por pessoa reduziu, passando de 0,44
hectares para 0,25 hectares, enquanto a produção agrícola mundial multiplicou
entre 2,5 e 3 vezes. Mesmo com a intensificação e aumento da produtividade
agrícola dos últimos anos, o mundo ainda carece de resolver o problema da fome,
cerca de um bilhão de pessoas encontram-se em situações de desnutrição no
mundo, principalmente na África Subsaariana (239 milhões) e na Ásia (578
milhões). Alguns estudos indicam que em 2050, uma pessoa a cada 20 indivíduos,
estará em estado de desnutrição.
A população
mundial continua em expansão. O mundo possui na atualidade 7,2 bilhões de
pessoas, para 2025 se projeta uma população de 8,1 bilhões de pessoas e para
2050, uma população de 9,1 bilhões de pessoas (FAO, 2011). Esta população
projetada para 2050 demandará 70% a mais de alimentos ao redor do globo podendo
chegar a 100% relativo a 2009 em países em desenvolvimento.
O
Brasil possui 851 milhões de hectares de solos, em 70% deste total (596 milhões
de hectares) não há atividade agrícola, pois incluem as áreas do Pantanal, da
Amazônia, reservas florestais, reservas indígenas, estradas etc. Nos 30%
restantes (255 milhões de hectares), são desenvolvidas as atividades de
pecuária e agrícola. O cultivo das 62 principais culturas é realizado em cerca
de 64 milhões de hectares (Ministério do Meio Ambiente, 2006)
A
Agência de consultoria do agronegócio - Informa Economics - FN, avalia
bimestralmente o preço das terras por meio dos negócios realizados ou por meio
dos preços pedidos pelos proprietários de terras no Brasil e em vários Países.
De acordo com este estudo, o preço médio das terras no Brasil no último
bimestre de 2012 foi de R$ 7.473 por hectare, tendo uma elevação de 227% desde
2003, quando o preço médio das terras no Brasil era de R$ 2.280, com uma elevação
de 12,6% ao ano, um pouco mais do que quase o dobro da inflação média anual, de
6,4% (Informa Economics FNP, 2013).
Quando
se considera o preço médio das terras por região, se verifica que a Região Sul
do Brasil foi a que apresentou no último bimestre de 2012 o maior valor médio
por hectare, R$ 15.020, seguido pela Região Sudeste: R$ 12.345, Região
Centro-Oeste: R$ 6.363, Região Nordeste: R$ 3.292 e Região Norte: R$ 2.228. É
no Estado de Santa Catarina que se encontra a terra mais cara do país, em torno
de R$ 43.000 por hectare.
Para
complementar, quando se considera a valorização das terras no Brasil nos
últimos 36 meses - de Janeiro de 2010 a dezembro de 2012, a Região Centro-oeste
se destaca, com uma valorização média de 82%, seguida pela Região Nordeste - 62,2%; Região Norte -
56,6%, Região Sudeste - 56,9% e Região Sul - 58,3% (Informa Economics FNP,
2013). Quando se considera a valorização das terras nos últimos 10 anos, as
terras que mais se valorizaram foram as da Região Nordeste e a Norte. No Nordeste,
o preço do hectare subiu 13,5% ao ano – principalmente nos estados de Maranhão,
Piauí, Tocantins e Bahia; e no Norte, a valorização anual foi de 13,3%.
Após
os dados apresentados, sobre a valorização das terras no Brasil, e considerando
ainda a projeção do aumento da população, aumento da demanda de alimentos e
energia, necessidade de combater a fome e desnutrição, problemas com
desertificação que compromete cerca de 12 milhões de hectares por ano,
salinização de áreas cultivadas que ocorre em 10 milhões de hectares
anualmente, que a terra é um ativo que não se multiplica e que ainda é por meio
da terra que se produz alimentos, se questiona: haverá mesmo uma desvalorização
das terras produtivas no Brasil?
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