Coluna Jornal O Celeiro - 25.07.2013
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Pensando gestão rural - e a agricultura familiar no Brasil
A
definição de agricultura familiar inclui aspectos relacionados ao tamanho da
propriedade, predomínio de mão-de-obra familiar e gestão familiar da unidade
produtiva (Junqueira & Lima, 2008). De acordo com a lei nº 11.326, de 24 de
julho de 2006, da Presidência da República que estabelece as diretrizes para a
formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos
Familiares Rurais, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar
rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: -
não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; - tenha percentual mínimo da renda familiar (em torno de 50%)
originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
O
módulo fiscal, instituído pela Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, é uma
unidade de medida agrária que corresponde à área mínima necessária a uma
propriedade rural para que sua exploração seja economicamente viável (Landau et
al., 2012 - Embrapa Milho e Sorgo). A determinação do módulo fiscal é realizada
para cada município considerando os tipos e a renda obtida com as explorações
predominantes - horticultura, cultura permanente ou temporária, pecuária ou
florestal. O módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares, no município de Santo
Augusto o módulo fiscal é de 16 hectares, Ijuí - 20 hectares, Chiapeta - 20
hectares.
A
agricultura familiar no Brasil é responsável por 84,4% (4.367.902) do total de
estabelecimentos rurais (IBGE, 2006) e utilizam 24,3% da área ocupada pelos
estabelecimentos agropecuários brasileiros. A região nordeste e a região sul do
país são as regiões que mais concentram empreendimentos agrícolas familiares,
50% e 19,2% do total respectivamente. A agricultura familiar é também
responsável por pelo menos 60% dos alimentos consumidos pela população
brasileira, é a agricultura familiar que produz 87% da produção nacional da
mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo,
58% do leite, concentra 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30%
dos bovinos (IBGE, 2006). Por outro lado, os estabelecimentos rurais não
familiares que representam 15,6% do total dos estabelecimentos têm a
importância de produzir commodities
que possibilitam a ampliação das exportações e a geração de saldo comercial
positivo entre as exportações e importações no país.
Mas
não é só no Brasil que existe agricultura familiar. Nos Estados Unidos, o
Departamento da Agricultura dos Estados Unidos define agricultura familiar como
qualquer fazenda organizada pela família, pode ser um indivíduo, uma sociedade
ou corporação familiar. A agricultura familiar não inclui cooperativas e
fazendas com gestores contratados. A agricultura familiar é responsável por 96%
das fazendas americanas (Serviço Nacional de Estatística Agrícola, 2007) e está
subdividida em fazendas familiares muito grandes com faturamento superior a $500.000;
fazendas grandes, com faturamento entre $250.000 e $500.000; e fazendas
familiares pequenas, com faturamento inferior a $250.000 e que representam
cerca de 90% do total de empreendimentos agrícolas americanos.
Na
União Europeia, 47% do território é classificado como agrícola e cerca da
metade da população reside em áreas rurais, incluindo comunidades de
agricultores. A média das propriedades na União Europeia é de 15 hectares
(Comissão Europeia, 2012). Para fins de comparação, a área média dos
estabelecimentos familiares no Brasil variou de um mínimo de 13 hectares no
Nordeste a um máximo de 43,3 hectares no Centro Oeste. Já a área média dos estabelecimentos não
familiares variou de um mínimo de 177,2 hectares no Nordeste a um máximo de
944,3 hectares no Centro-Oeste (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE, 2006).
Para
finalizar, é sempre importante destacar a importância de produzir alimentos com
qualidade. Os dados publicados recentemente pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - Anvisa (2011) indicam que apenas 37% dos produtos alimentares
avaliados, como pimentão, morango, pepino, alface, cenoura, e outros estavam
livres de agrotóxicos. A saúde da população também é de responsabilidade de
quem produz alimentos. Dia 25 de julho se comemora o dia do Colono e Motorista
e a sociedade agradece o trabalho destes profissionais incansáveis que
alimentam e impulsionam o desenvolvimento do País.
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