Coluna Jornal das Missões - 05.07.2013
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Pensando gestão rural - e a irrigação no Brasil
A
irrigação pode ser entendida como a técnica artificial de aplicação de água na
agricultura visando à melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em
qualidade. Na atualidade existem 5,5 milhões de hectares irrigados no Brasil. O
estado que concentra a maior área de lavouras irrigadas é o Rio Grande do Sul,
com 1,09 milhões de hectares, seguido por São Paulo - 500 mil hectares, Minas
Gerais - 350 mil hectares, Bahia - 293 mil hectares e Goiás - 200 mil hectares.
O Brasil possui ainda cerca de 30 milhões de hectares com potencial para implantar
a irrigação, 14,6 milhões de hectares na região Norte, 4,9 milhões de hectares na
região Centro-Oeste, 4,5 milhões de hectares na região Sul, 4,2 milhões de
hectares na região Sudeste e 1,3 milhões de hectares na região Nordeste.
As
culturas com maior utilização da irrigação são cana-de-açúcar - 1,7 milhões de
hectares; arroz em casca - 1,1 milhões de hectares; soja - 624 mil hectares;
milho em grão - 559 mil hectares e o feijão - 195 mil hectares. Os principais métodos
de irrigação utilizados no país são; aspersão, localizada e superfície.
O
método de irrigação por aspersão tem como principal característica o lançamento
de jatos de água no ar que caem sobre a cultura na forma de chuva. Este método
se adapta às diversas condições de solo e topografia, possui boa eficiência de
distribuição de água, pode ser automatizado e transportado. Por outro lado, se
verifica como limitações: os custos de instalação e operação; a influência do
vento e umidade relativa; necessidade de água de boa qualidade para manter a
vida útil do equipamento; potencial de surgimento e disseminação de doenças. Os
sistemas mais usados de irrigação por aspersão são aspersão convencional (fixos,
semifixos ou portáteis), pivô central e autopropelido.
No
método da irrigação localizada a água é geralmente aplicada em apenas uma
fração do sistema radicular das plantas. As principais vantagens deste método é
a economia de água - já que somente uma parte da área total é molhada, e a alta
eficiência da irrigação - em torno de 90%. Por outro lado, a principal
desvantagem é o custo inicial de implantação dos principais sistemas: o
gotejamento e a microaspersão.
No
método de irrigação por superfície - considerado o método de irrigação mais
antigo do mundo, a distribuição da água é realizada por gravidade por meio da
superfície do solo. As principais vantagens deste método são: menor custo fixo
e operacional requer equipamentos simples e possui baixo consumo de energia. Todavia este método é o que possui maior
consumo de água e a menor eficiência de aplicação da água, em torno de 60%. Os
sistemas mais utilizados de irrigação por superfície são os sistemas de inundação
e sulcos.
E
quais são os critérios para escolher um método e/ou sistema de irrigação? Alguns
parâmetros importantes podem ser citados, como Topografia -– em áreas planas podem
ser pode ser utilizados qualquer sistema de irrigação, porém nas áreas que não
são planas devem ser adotados sistemas de aspersão (até 30% de declive) ou
localizada (até 60% de declive); Solo - solos com alta capacidade de
infiltração devem ser irrigados com aspersão e solos com baixa capacidade de
infiltração devem ser irrigados com irrigação localizada. Cultura - deve-se observar sistema e o espaçamento de
plantio, a profundidade do sistema radicular, a altura de plantas e as
exigências agronômicas. Outros fatores como o clima, fonte de água, aspectos econômicos,
sociais, ambientais e humanos também devem ser observados.
A
irrigação também é utilizada em outros continentes e países. De acordo com os
dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2009),
o continente Asiático possui 47,2% da área cultivada sob sistemas de irrigação,
incluindo a China com 58% e a Índia com 41,9% respectivamente. Entretanto, a África do Norte possui 28,7% da área cultivada
sob sistemas irrigação (Egito-100%), e a África Susariana, 3,6%. A América
Latina possui 13,3% da área cultivada sob sistemas de irrigação, o Chile com
100%, seguido pelo Equador - 77%, Colômbia - 48%, e Brasil - 8% (Mundo - 22%).
Para
finalizar, é preciso enfatizar no dia 14 de janeiro de 2013 foi publicado a lei
12.787/2012 que trata da Política Nacional de Irrigação, visando incentivar a
ampliação da área irrigada no país, aumentar a produtividade de forma
sustentável e reduzir os riscos climáticos para a agropecuária. Já o Rio Grande
do Sul instituiu o Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada -
Mais Água, Mais Renda por meio da Lei 059/2013, com o objetivo de objetivo de
aumentar as áreas irrigadas e prevenir os efeitos das estiagens no estado. Este
programa está à disposição de todos os agropecuaristas que pretendem implantar
sistemas de produção irrigados.
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