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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Pensando gestão rural - com sustentabilidade!

Coluna Jornal o Celeiro - 27.07.2012
                                          
Pensando gestão rural - com sustentabilidade!
O termo desenvolvimento sustentável contempla um conjunto de conceitos relacionados ao uso dos recursos que visam atender as necessidades humanas. A Organização das Nações Unidas definiu em 1987 que desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que "satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades". Ou seja, sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico que utiliza os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Já a gestão rural, pode ser definida como “a ciência e a arte que busca a utilização racional dos fatores de produção (internos e externos), do ponto de vista técnico, econômico e social, respeitando os valores culturais do produtor rural, sua família, e ainda, suas organizações e o meio ambiente”. A administração ou gestão rural deve responder: o que produzir, como, quanto, com quais recursos e para quem. Porém, é papel da administração rural sustentável: (1) contribuir para que o produtor rural forneça matérias primas e ou produtos com a qualidade necessária, com custos compatíveis, economicamente viável (o produtor precisa ter renda), socialmente justo e ecologicamente correto; (2) viabilizar, "porteira a dentro", a utilização dos recursos - físicos, humanos, financeiros e mercadológicos, de maneira racional, por meio do planejamento, organização, direção e controle; (3) possibilitar, "porteira a fora", a participação e a atuação do produtor rural de forma conjunta: em cooperativas para a defesa dos interesses comerciais; em sindicatos para a defesa dos interesses políticos; em associação para a defesa de interesses específicos. Para complementar, a administração rural sustentável deve possibilitar que o produtor, dentro ou fora da porteira, crie e agregue valor (quantificável ou não) aos seus produtos, por meio da prestação de seus serviços, já que é a natureza que produz, é a planta que produz o grão, é a vaca que produz o leite... E de que forma este serviço está sendo realizado? Cabe ressaltar que os desafios da gestão rural podem estar relacionados (1) a ter organizações capazes de renovação contínua, automática e espontânea; (2) a tornar a inovação função de todos, todos os dias; e (3) a criar uma organização altamente envolvente onde todos dão o melhor de si. Por fim, destaca-se ainda que as estratégias de desenvolvimento rural podem contemplar (1) o desenvolvimento da multifuncionalidade, ou seja, as atividades agrícolas passam a ser articuladas a outros temas e preocupações, como a segurança alimentar, a qualidade dos alimentos, a proteção do meio ambiente, a valorização dos diferentes tipos de territórios e a geração de oportunidades de emprego, de renda e lazer; (2) a redução de insumos externos; (3) a pluriatividade, ou seja, a diversificação das atividades rentáveis, sempre lembrando que quanto mais diversificada é uma unidade de produção, mais complexa é a sua gestão; (4) a novas formas de cooperação local e (5) a melhorias na transformação insumo-produto. Estas reflexões fazem parte das discussões realizadas durante o Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), que acontece entre os dias 22 e 25 de julho 2012, na cidade de Vitória, Espírito Santo.


Carolina Bilibio, é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras/UniKassel. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br

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