Coluna
Jornal o Celeiro - 27.07.2012
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Pensando
gestão rural - com sustentabilidade!
O termo
desenvolvimento sustentável contempla um conjunto de conceitos relacionados ao
uso dos recursos que visam atender as necessidades humanas. A Organização das
Nações Unidas definiu em 1987 que desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento que "satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias
necessidades". Ou seja, sustentabilidade está diretamente relacionada ao
desenvolvimento econômico que utiliza os recursos naturais de forma inteligente
para que eles se mantenham no futuro. Já a gestão rural, pode ser definida como
“a ciência e a arte que busca a utilização racional dos fatores de produção (internos
e externos), do ponto de vista técnico, econômico e social, respeitando os
valores culturais do produtor rural, sua família, e ainda, suas organizações e
o meio ambiente”. A administração ou gestão rural deve responder: o que produzir,
como, quanto, com quais recursos e para quem. Porém, é papel da administração
rural sustentável: (1) contribuir para que o produtor rural forneça matérias
primas e ou produtos com a qualidade necessária, com custos compatíveis,
economicamente viável (o produtor precisa ter renda), socialmente justo e
ecologicamente correto; (2) viabilizar, "porteira a dentro", a
utilização dos recursos - físicos, humanos, financeiros e mercadológicos, de
maneira racional, por meio do planejamento, organização, direção e controle; (3)
possibilitar, "porteira a fora", a participação e a atuação do
produtor rural de forma conjunta: em cooperativas para a defesa dos interesses
comerciais; em sindicatos para a defesa dos interesses políticos; em associação
para a defesa de interesses específicos. Para complementar, a administração
rural sustentável deve possibilitar que o produtor, dentro ou fora da porteira,
crie e agregue valor (quantificável ou não) aos seus produtos, por meio da
prestação de seus serviços, já que é a natureza que produz, é a planta que
produz o grão, é a vaca que produz o leite... E de que forma este serviço está
sendo realizado? Cabe ressaltar que os desafios da gestão rural podem estar
relacionados (1) a ter organizações capazes de renovação contínua, automática e
espontânea; (2) a tornar a inovação função de todos, todos os dias; e (3) a criar
uma organização altamente envolvente onde todos dão o melhor de si. Por fim,
destaca-se ainda que as estratégias de desenvolvimento rural podem contemplar (1)
o desenvolvimento da multifuncionalidade, ou seja, as atividades agrícolas
passam a ser articuladas a outros temas e preocupações, como a segurança
alimentar, a qualidade dos alimentos, a proteção do meio ambiente, a
valorização dos diferentes tipos de territórios e a geração de oportunidades de
emprego, de renda e lazer; (2) a redução de insumos externos; (3) a pluriatividade,
ou seja, a diversificação das atividades rentáveis, sempre lembrando que quanto
mais diversificada é uma unidade de produção, mais complexa é a sua gestão; (4)
a novas formas de cooperação local e (5) a melhorias na transformação
insumo-produto. Estas reflexões fazem parte das discussões realizadas durante o
Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e
Sociologia Rural (Sober), que acontece entre os dias 22 e 25 de julho 2012, na
cidade de Vitória, Espírito Santo.
Carolina Bilibio, é doutora
em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras/UniKassel. E-mail
para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
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