Coluna Jornal das Missões- 25.07.2013
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Pensando gestão rural - e o manejo da água em áreas irrigadas no Brasil
A
agricultura irrigada é o setor que mais consome água no mundo, cerca de 70% das
águas retiradas de rios e lagos é utilizada em irrigações, chegando a 95% em
países em desenvolvimento (Duehrkoop, 2011).
Considerando que água é um fator limitante em várias regiões do globo
devido a problemas com disponibilidade, qualidade e conflito com outros setores
como energia, indústria, consumo humano e animal, torna-se crucial na
atualidade o uso racional deste recurso – a água.
Para implantar um sistema de
produção irrigado não basta a aquisição dos equipamentos necessários para
aplicar ou distribuir a água, é preciso também, pensar sobre os critérios que
serão utilizados para realizar o manejo das irrigações, ou seja, quando iniciar
as irrigações e quanto de água aplicar em cada irrigação.
Com um correto manejo da
irrigação, obtém-se economia de água e energia, ganhos em produtividade e
qualidade dos produtos. Porém, com manejo inadequado, pode ocorrer deficiência
de água no solo - reduzindo a produção e/ou
a qualidade do produto; ou excesso de água no solo - resultando em perdas de
água e energia, lixiviação de nutrientes com risco de contaminação do lençol
freático.
O momento de irrigar é dependente
do turno de rega (intervalo entre as irrigações - dias) empregado, podendo ser
fixo – por exemplo, irrigações a cada 3 (três) dias, ou variável, irrigando
sempre que forem atingidos teores críticos de água no solo. O teor crítico de
água no solo, identificado por meio de experimentos, é representado pelo teor
de água entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente, abaixo do
qual a planta gasta energia para consumir água, comprometendo conseqüentemente
o desenvolvimento da cultura.
A determinação do intervalo entre
irrigações é dependente do método ou sistema de irrigação. No sistema convencional
de irrigação por aspersão, o turno de rega é calculado considerando a água
disponível real. Na irrigação com pivô central, o intervalo entre irrigações é
em função do consumo diário da cultura. Na irrigação localizada, se utiliza um
pequeno intervalo entre irrigações, com o objetivo de manter o teor de água
próximo à capacidade de campo – quantidade máxima que um solo pode reter de
água após uma chuva ou irrigação.
O
manejo da irrigação pode ser realizado por medidas no solo, na planta ou
climáticas (Silva, 2007). O manejo via
solo é realizado a partir do monitoramento da umidade no perfil do solo, sendo
os principais equipamentos: tensiômetro, reflectometria no domínio de tempo
(TDR), sonda de nêutrons, blocos de resistência elétrica. O tensiômetro é um
dos equipamentos mais utilizados por possibilitar o conhecimento indireto do
teor de água no solo, facilidade de utilização e baixo custo.
No
manejo via clima, são utilizados métodos baseados em medidas climáticas na
avaliação das necessidades hídricas da cultura. Com base nos dados de
monitoramento climático é possível a determinação da evapotranpiração de
referência (ETo), e a partir de coeficientes apropriados como o coeficiente da
cultura - Kc, pode-se obter a evapotranspiração máxima da cultura (ETm). Os métodos incluídos nessa categoria são o
tanque classe “A” e equações empíricas, que utilizam medidas de radiação solar,
umidade relativa do ar, velocidade do vento e temperatura do ar. O manejo da irrigação via planta consiste em
determinar o grau de deficiência hídrica de uma cultura diretamente na planta,
constituindo um método complexo, tendo sua principal utilização para fins de
pesquisa. As principais técnicas de manejo de irrigação via planta são: (1)
determinação da temperatura da parte aérea da planta por termômetro
infravermelho; (2) medição do potencial hídrico foliar; (3) medição do fluxo de
seiva.
Para concluir se destaca que a Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) desenvolveu um sistema para realizar o manejo das
irrigações em áreas irrigadas - o Sistema Irriga. O Sistema Irriga está
disponível em um portal na internet e estima a necessidade diária de água a ser
aplicada em cada cultura para as próximas 24 e 48 horas. É importante que o
agricultor interessado em implantar sistemas de produção irrigados verifique
junto a assistência técnica desde o início da realização do projeto, a forma
que o manejo das irrigações serão realizadas, evitando assim, gastos excessivos
com energia e água, recursos que se utilizados em excesso ou escassez provocam
danos ao rendimento físico e econômico das culturas.
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