Coluna Jornal das Missões- 04.07.2013
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Pensando gestão rural - e o crédito rural no Brasil
O
agronegócio, que compreende a soma de quatro segmentos (a) insumos para a
agropecuária, (b) produção agropecuária primária (c) processamento e (d)
distribuição, é responsável por 22% do Produto Interno Bruto do Brasil (Governo
Federal, 2011). O agronegócio brasileiro é responsável ainda por um terço dos
empregos e mais de 40% das exportações. Dada a sua importância para a economia
brasileira, o governo tenta incentivar o setor agrícola por meio do crédito
rural, atualizado a cada ano pelo chamado Plano Safra, divulgado normalmente
entre os meses de junho e julho.
O
crédito agrícola foi criado no ano de 1964, por meio da Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, com os seguintes objetivos: (1) estimular os investimentos
rurais para produção, extrativismo não predatório, armazenamento,
beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuado
pelo produtor na sua propriedade rural, por suas cooperativas ou por pessoa
física ou jurídica equiparada aos produtores; (2) favorecer o oportuno e
adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; (3)
fortalecer o setor rural; (4) incentivar a introdução de métodos racionais no
sistema de produção; (5) propiciar a aquisição e regularização de terras pelos
pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais; (6)
desenvolver atividades florestais e pesqueiras; (7) estimular a geração de
renda e o melhor uso da mão-de-obra familiar.
O crédito rural é aplicado por
meio de três ferramentas: a) custeio - para cobrir despesas das culturas,
incluindo itens desde a compra de insumos até a fase de colheita; b)
investimento - para viabilizar a aquisição de bens duráveis, cujos benefícios
repercutem durante muitos anos; c) comercialização - que auxilia o produtor
rural e as suas cooperativas com mecanismos que viabilizam o abastecimento e o
armazenamento da colheita nos períodos de queda de preços.
No ano de 2012, foram programados
R$ 115,25 bilhões de crédito agrícola para a agricultura empresarial e R$ 18
bilhões para a agricultura familiar. Em 2012, 68% do crédito disponibilizado
foi aplicado em atividades agrícolas - como o custeio da cultura da soja e do
milho, e 32% em atividades pecuárias. Neste mesmo período, 37,12% do total de
crédito agrícola foi disponibilizado para a região sul, 21,09% para a região
centro-oeste, 29,31% para a região sudeste, 8,46% para a região nordeste e
4,01% para a região norte. A região sul do Brasil também concentrou a maior
parte - 40%, do crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar - Pronaf, em 2012. De acordo com o Anuário estatístico do crédito
rural, somente 0,1% do crédito rural é proveniente do tesouro nacional, ou
seja, do caixa do governo, o restante é disponibilizado por meio de iniciativas
privadas.
Já para a safra de 2013 está
programado um crédito agrícola de R$ 136 bilhões, totalizando um aumento de 18%
em relação à safra de 2012, e R$ 21 bilhões para a agricultura familiar. Parece
ser um valor elevado, porém ainda inferior a maior quantia já liberada ao setor
no ano de 1979, o equivalente a R$ 161 bilhões.
É importante lembrar que outros
países - ou blocos econômicos, utilizam igualmente diferentes mecanismos para
incentivar a produção agrícola. Na Europa, existe a Política Agrícola Comum -
"Common Agricultural Policy - CAP", com o objetivo de garantir a
qualidade de vida dos agricultores, assegurar o abastecimento de alimentos a
preços viáveis aos consumidores, e desenvolver de forma equilibrada as áreas
rurais integrantes da União Europeia que incorpora na atualidade 27 países. Nos
Estados Unidos, o crédito agrícola é oficializado por meio de Políticas
Agrícolas ("Farm Bill"), atualizadas de cinco em cinco anos na forma
de uma nova Lei. A Lei agrícola publicada em 2008 e que estará em vigor até
setembro de 2013, tem como principal tema: Alimentos, Conservação e Energia e
como objetivos o aumento na oferta do número de vales-refeição - chamado de
"food stamp", para pessoas carentes; maior apoio financeiro a
produção de etanol; maior incentivo a pesquisas relacionadas a pragas, doenças
e outros problemas agrícolas.
Por fim, se destaca que o crédito
rural é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das atividades
agropecuárias e que certamente contribui para o crescimento da economia
brasileira. Cabe ao agricultor brasileiro o arbítrio de utilizar o crédito
rural ou não para prosseguir com as suas atividades.
Obrigada por tudo, Sra. Líbia!
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